9 de junho de 2015

Pela primeira vez em 38 anos, desde sua fundação, em 1977, a Codesavi, companhia de desenvolvimento de São Vicente, equiparou o piso salarial de seus empregados ao da construção civil. Para isso, ela aplicou 15% de correção nos salários da quase totalidade de seus 1.200 empregados, dos quais menos de 50 são funcionários comissionados da prefeitura e encarregados. Para essa minoria, o reajuste salarial será de 7%, o mesmo aplicado aos funcionários públicos municipais, já que a prefeitura possui 99,99% das ações da empresa de economia mista. Para o presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial, Macaé Marcos Braz de Oliveira, “a vitória demorou, mas veio”. “Foram quase 40 anos de lutas, negociações, greves, paralisações, atos públicos e outras formas de protestos sindicais. Fico feliz que tenha acontecido em minha gestão na presidência”, diz Macaé. Ele atribui a conquista à organização dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa de economia mista e às seguidas direções do sindicato ao longo de quatro décadas. “Aconteceu em meu mandato, após as difíceis negociações de 2014 e 2015, quando precisamos usar todo poder de convencimento e pressão. Reconheço também a flexibilidade da companhia e da prefeitura”. Na terça-feira, 2 de junho, Macaé mandou ofício ao presidente da Codesavi, Francisco Flávio de Lima dos Santos, comunicando o resultado da assembleia da categoria, em 28 de maio, aprovando a proposta. O piso salarial dos empregados qualificados passou para R$ 1.653,32. O dos não qualificados foi para R$ 1.270,30. Os encarregados ganharam gratificação de 66%, além do reajuste de 7%. O vale-refeição mensal dos trabalhadores operacionais passou para R$ 456,49. O dos administrativos, R$ 393,52. A empresa se empenhará para devolver a seus postos os empregados em ‘desvio de função’. “A partir de agora”, finaliza o sindicalista, “iniciaremos a mobilização da categoria para a data-base de maio de 2016, quando lutaremos para elevar o piso acima do da construção civil”. Atualização Joca Diniz. Texto Paulo Passos. Foto Vespasiano Rocha.