Trabalhador predial volta a protestar nesta quinta-feira

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16 de abril de 2015

 

Continua sem solução o problema dos 90 trabalhadores que construíram as quatro torres de 20 andares na Rua Silva Jardim, 166, em Santos. Demitidos em 2 de abril, eles ainda não receberam as verbas rescisórias. Nesta quinta-feira (16), eles repetirão o protesto que fizeram na manhã de hoje, quarta-feira (15), diante do empreendimento, no bairro Vila Nova, com faixas e carro de som do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos). O presidente da entidade, Macaé Marcos Braz de Oliveira, tentou marcar mesa-redonda com a empreiteira Schahin Engenharia e a incorporadora PDG, em caráter de urgência, mas não conseguiu, por falta de espaço na agenda do Ministério do Trabalho e Emprego em Santos.

Em contato com o representante da PDG Douglas Couto, o vice-presidente do sindicato, Luiz Carlos de Andrade, foi informado que a construtora e a empreiteira se reunirão, na sexta-feira (17), provavelmente em São Paulo, para definir com pagar aos trabalhadores. O preposto da construtora disse ao sindicalista que, na segunda-feira (20), as duas partes virão a Santos para explicar ao sindicato e aos operários como pagarão a dívida. Para Macaé, “é uma vergonha a situação a que submetem os trabalhadores”. “Segunda-feira é praticamente um dia morto, por causa do feriado de terça, 21 de abril, e tudo indica que a questão se desenrolará pela próxima semana, enquanto os companheiros ficam sem dinheiro para pagar contas, alugueis e até comprar comida”, desabafa o sindicalista. Segundo Macaé, o pessoal não ocupou as dependências do empreendimento, como estava previsto, porque na rua o movimento tem mais visibilidade.

Lava jato

Luiz Carlos explica que o sindicato e os operários não confiam na empreiteira, que estaria ‘quebrada’, por envolvimento na ‘operação lava jato’, já tendo preparado pedido de recuperação judicial. O sindicalista apurou que a empreiteira, com escritório em Macaé (RJ), interrompeu a operação de cinco sondas que alugava para a Petrobras e tem 600 trabalhadores na mesma situação, em São Sebastião (SP). Luiz Carlos soube, por meio de notícia da ‘Folha de S.Paulo’, que a dívida da empreiteira chega a US$ 4,5 bilhões, algo em torno de R$ 14 bilhões, e que seus maiores credores são um banco chinês e um japonês. Ele adverte que os trabalhadores só sairão do prédio quando receberem as verbas rescisórias, acrescidas de um salário nominal, pelo atraso das quitações, como prevê o acordo coletivo de trabalho. Texto Paulo Passos. Foto Vespasiano Rocha. Atualização Joca Diniz.