Pessoal da Prodesan em “estado de greve”

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7 de janeiro de 2015

 

 

 

 

 

 

 

 

Assembleia desta terça-feira está em caráter permanente e pode se reunir a qualquer momento . Os 1.400 empregados da Prodesan (Progresso e Desenvolvimento de Santos), empresa de economia mista da prefeitura, estão de ‘estado de greve’, ou seja, poderão paralisar as atividades a qualquer momento. A decisão foi aprovada na noite desta terça-feira (6), em assembleia do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos). Eles não aceitam a redução da jornada de trabalho, de oito para seis horas, com perda salarial de 25% e corte do adicional de periculosidade, correspondente a 30% do salário-base. A medida foi imposta inicialmente a 130 empregados da limpeza de consultórios, ambulâncias e demais dependências do setor de saúde da prefeitura, a quem é subordinada a empresa. Esses trabalhadores foram intimados a concordar com a proposta até sexta-feira (9), pelo presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, sob pena de demissão, e 20 deles já assinaram a papelada. Isso, porém, segundo palavras do advogado do sindicato Marco Antônio Oliva, presente na assembleia, não tem qualquer valor legal, pois a medida precisa de aprovação coletiva de assembleia. Por volta das 16 horas desta terça-feira, o presidente do sindicato, Marcos Braz de Oliveira ‘Macaé’, foi recebido por Odair Gonzalez, na sede da empresa, onde tiveram uma rápida conversa. Odair tentou convencer o sindicalista sobre a necessidade da medida, mas não gostou do que ouviu: “Você gostaria de ter seu vencimento reduzido em 25%, além de outros 30% por adicional?”. Ao relatar para a assembleia o ríspido diálogo, Macaé foi aplaudido. Nesta quarta-feira (7), o sindicalista procurará o secretário municipal de saúde, Marcos Estevão Calvo. “Procuraremos convencer o secretário que a medida não é benéfica para os trabalhadores e muito menos para a população, que precisa das instalações de saúde sempre limpas”, disse o sindicalista.
Histórico
A redução da jornada foi comunicada aos trabalhadores na semana passada, véspera do ano-novo, sem qualquer notificação ao sindicato, reclama Macaé. Na tarde desta segunda-feira (5), o sindicalista protocolou ofício ao presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, alertando-o sobre a possibilidade de greve, nos termos da lei 7783-1989. O ofício diz que a medida, “levada aos trabalhadores de forma individual e isolada, viola direitos trabalhistas e o artigo 7º da constituição federal”. O presidente do Sintracomos diz que os trabalhadores foram ameaçados de demissão no caso de não concordarem com a redução da jornada. Em tabloide distribuído à categoria, o sindicato orienta ao pessoal não assinar nada antes da decisão da assembleia. “Hoje, o problema é de apenas 130. Mas amanhã será de todos”.  Foto Vespasiano Rocha. Texto Paulo Passos. Atualização Joca Diniz.