Greve segue na Codesavi e MPT convoca audiência

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16 de novembro de 2015

São Vicente

Greve segue na Codesavi

e MPT convoca audiência

Assembleia dos trabalhadores da empresa de economia mista, na quinta-feira passada, em foto de Vespasiano Rocha

Em assembleia na manhã desta segunda-feira (16), os trabalhadores da companhia de desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), vinculada à prefeitura, aprovaram a continuidade da greve iniciada na terça-feira (10).

A categoria rejeitou proposta da empresa, feita em negociação com o sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos), também na manhã desta segunda-feira.

A companhia acenou com o pagamento dos salários atrasados há quatro meses dos 300 comissionados, nesta terça-feira (17). E do tíquete alimentação, que deveria ter sido pago no dia 10, apenas no dia 30.

O presidente da Codesavi, Flávio Santos, confirmou aos sindicalistas que as mensalidades do plano de saúde foram pagas, o que reabilitou os atendimentos suspensos desde outubro.

Flávio garantiu ao presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Oliveira, que as parcelas do empréstimo consignado foram pagas, o que tirará os nomes dos beneficiados das listas de devedores do SPC e Serasa.

As pendências do fundo de garantia (fgts) e dos programas de integração social (pis) e formação do patrimônio do servidor público (pasep) serão tratadas no ministério público do trabalho (MPT).

Audiência no MPT

O MPT notificou o Sintracomos e a Codesavi para comparecerem em audiência, na segunda-feira da próxima semana (23), às 15h30, na procuradoria da Rua Brás Cubas, 190, Santos.

A notificação da audiência, requerida pelo Sintracomos e assinada pelo procurador do trabalho Augusto Grieco Sant’anna Meirinho, foi entregue à empresa e ao sindicato na tarde de sexta-feira (13).

O Sintracomos protocolou o requerimento de abertura de inquérito, com urgência, em 3 de novembro, apontando irregularidades na empresa de economia mista, entre elas atrasos salariais.

O documento, assinado pelo presidente do sindicato, diz que a companhia “apropriou-se indebitamente de valores descontados nos contracheques dos trabalhadores e não os repassou às instituições devidas”.

O sindicato informou ao MPT que notificou a Codesavi, por cartório, em julho, para que pagasse “os valores descontados, pois se referiam à manutenção do plano de saúde, odontológico e empréstimos consignados”.

O ofício do Sintracomos ponderou ao MPT que os trabalhadores são “admoestados por empresas de cobranças, com ameaças de inclusão de seus nomes no SPC e Serasa, como devedores”.

“A situação agrava-se na medida em que diversos usuários (do plano) estão em tratamento de saúde”, diz o documento. “A suspensão do atendimento acarreta prejuízos à vida e à saúde”.

“Há ainda ausência de recolhimento do fgts (fundo de garantia), as férias são concedidas sem a respectiva remuneração, o vale-transporte e alimentação também não são pagos integralmente”, destaca a denúncia.

O documento diz ainda que a Codesavi desconta dos trabalhadores as mensalidades e contribuições sindicais, sem repassá-las ao Sintracomos: “Isso também é apropriação indébita”, declara Macaé.

O ofício ao MPT informa que as mesmas denúncias foram apresentadas aos ministérios do trabalho e emprego (MTE) e da previdência social, sem que a empresa apresentasse soluções.

Assembleia

Os trabalhadores aguardam ainda o restabelecimento do plano odontológico. A assembleia desta terça-feira (17), às 7 horas, será de novo na base operacional da empresa, mais conhecida por ‘fábrica’, na esquina das avenidas Mascarenhas de Morais e Nações Unidas, Vila Margarida.

Estão paralisados os serviços de varrição de praias, passeios, ruas, avenidas, praças, limpeza de canais, galerias pluviais, recolhimento de entulhos, cata trecos, tapa buracos e reparos em equipamentos municipais.

Os salários de 950 empregados diretos da Codesavi foram pagos na quarta-feira (11), após pressão do sindicato e da greve. A companhia deve ao sindicato R$ 1 milhão, 252 mil e 214, por quatro meses de pagamento do plano de saúde. A entidade pagou as mensalidades para garantir o atendimento dos trabalhadores. foto vespasiano Rocha