Protesto em obra pública no Guarujá

10 de novembro de 2014

 

Cerca de 30 homens, de bicicleta, acompanharam o carro de som do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos) de Santos e região, em protesto, na manhã desta sexta-feira (7), em Guarujá.  Os manifestantes são empregados da empreiteira AN Engenharia e Construções. Reclamam de atrasos salariais nas obras de um conjunto habitacional popular no bairro Vila Edna.  Eles saíram do local, na Avenida Brasil, sem número, às 8h30, e chegaram ao paço municipal, 20 minutos depois, onde foram recebidos, em comissão, pelo vice-prefeito, Duíno Verri Fernandes (PSC). O vice-presidente do sindicato, Luiz Carlos de Andrade, forneceu subsídios para elaboração de ata propondo a solução de vários problemas até 1º de dezembro. Entre os vários pontos, destaca-se, além do pagamento dos salários em dia, o fornecimento de água potável aos trabalhadores e a solução de diversas irregularidades na obra.  O sindicalista explica, por exemplo, que os cerca de 240 trabalhadores utilizados na construção de 1.600 unidades habitacionais não têm um técnico de segurança para orientá-los.  A obra é feita pela construtora Araguaia Engenharia, com financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF), sob responsabilidade da prefeitura. Na quinta-feira (6), pela segunda vez, a empreiteira AN Engenharia e Construções não compareceu a mesa-redonda no Ministério do Trabalho e Emprego.  A prefeitura, a CEF, a construtora e o sindicato foram ao escritório do MTE em Santos, aonde a empreiteira não mandou representantes, apesar dos salários atrasados.  “Se o trabalhador não paga pensão alimentícia, é preso. Mas o empregador deixa centenas de trabalhadores, esposas e filhos sem salários e nada acontece”, compara Luiz Carlos Andrade. Dos 240 trabalhadores envolvidos, 60 são tarefeiros e estão sem registro em carteira, com os salários atrasados desde setembro. “Não passam de desempregados trabalhando por produção”, diz o sindicalista.  Luiz Carlos reivindica que os tarefeiros recebam, “imediatamente” um adiantamento salarial dos atrasados: “É urgente, para ontem, como se diz, pois estão com a corda no pescoço”.  Segundo ele, a empreiteira “vive atrasando o pagamento de todos os funcionários, independente de ser fichado ou não. Aliás, tem gente com até um ano e sete meses sem registro, o que é uma vergonha”.  Outro problema, não trabalhista, é que a obra está em andamento sem rede de esgoto, que seria responsabilidade da Sabesp. “Depois que terminarem tudo, terão de quebrar para a rede”, reclama Luiz.  “Os governos federal, estaduais e municipais muitas vezes desrespeitam a legislação trabalhista, o que é uma barbaridade”, diz o presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira. “Falta de registro em carteira, atrasos de salários e benefícios, péssimas condições de segurança, medicina e higiene, perseguições e demissões injustas são fatos corriqueiros”, reclama o sindicalista. Foto Vespasiano Rocha. Texto Paulo Passos. Atualização Joca Diniz.