Greve na Codesavi continua e TRT marca audiência para amanhã

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17 de novembro de 2015

São Vicente

Greve na Codesavi continua e

TRT marca audiência para amanhã

Audiência de instrução e conciliação, nesta quarta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho

Em assembleia na manhã desta terça-feira (17), os trabalhadores da companhia de desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) decidiram continuar a greve que já dura uma semana.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), por sua vez, marcou audiência de instrução e conciliação para a greve, às 11 horas desta quarta-feira (18), em São Paulo, a pedido da empresa.

O presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira, lamenta que a companhia não tenha resolvido os problemas para por fim à greve.

Os trabalhadores farão nova assembleia, às 8 horas desta quarta-feira (18), para avaliar eventual proposta de pagamento imediato do tíquete-alimentação dos 1.250 empregados, que deveria ter sido pago no dia 10.

Em assembleia na manhã de segunda-feira (16), a categoria rejeitou proposta da empresa de pagamento de apenas um dos quatro salários atrasados dos 300 comissionados.

A companhia acenou ainda com o pagamento do tíquete alimentação apenas no dia 30. As mensalidades do plano de saúde foram pagas, o que reabilitou os atendimentos suspensos desde outubro.

As pendências do fundo de garantia (fgts) e dos programas de integração social (pis) e formação do patrimônio do servidor público (pasep) serão tratadas no ministério público do trabalho (MPT).

Audiência no MPT

O MPT notificou o Sintracomos e a Codesavi para comparecerem em audiência, na segunda-feira da próxima semana (23), às 15h30, na procuradoria da Rua Brás Cubas, 190, Santos.

A notificação da audiência, requerida pelo Sintracomos e assinada pelo procurador do trabalho Augusto Grieco Sant’anna Meirinho, foi entregue à empresa e ao sindicato na tarde de sexta-feira (13).

O Sintracomos protocolou o requerimento de abertura de inquérito, com urgência, em 3 de novembro, apontando irregularidades na empresa de economia mista, entre elas atrasos salariais.

O documento, assinado pelo presidente do sindicato, diz que a companhia “apropriou-se indebitamente de valores descontados nos contracheques dos trabalhadores e não os repassou às instituições devidas”.

O sindicato informou ao MPT que notificou a Codesavi, por cartório, em julho, para que pagasse “os valores descontados, pois se referiam à manutenção do plano de saúde, odontológico e empréstimos consignados”.

O ofício do Sintracomos ponderou ao MPT que os trabalhadores são “admoestados por empresas de cobranças, com ameaças de inclusão de seus nomes no SPC e Serasa, como devedores”.

“A situação agrava-se na medida em que diversos usuários (do plano) estão em tratamento de saúde”, diz o documento. “A suspensão do atendimento acarreta prejuízos à vida e à saúde”.

“Há ainda ausência de recolhimento do fgts (fundo de garantia), as férias são concedidas sem a respectiva remuneração, o vale-transporte e alimentação também não são pagos integralmente”, destaca a denúncia.

O documento diz ainda que a Codesavi desconta dos trabalhadores as mensalidades e contribuições sindicais, sem repassá-las ao Sintracomos: “Isso também é apropriação indébita”, declara Macaé.O ofício ao MPT informa que as mesmas denúncias foram apresentadas aos ministérios do trabalho e emprego (MTE) e da previdência social, sem que a empresa apresentasse soluções.

Assembleia

Os trabalhadores aguardam ainda o restabelecimento do plano odontológico. A assembleia desta quarta-feira (18), às 7 horas, será de novo na base operacional da empresa, mais conhecida por ‘fábrica’, na esquina das avenidas Mascarenhas de Morais e Nações Unidas, Vila Margarida. Estão paralisados os serviços de varrição de praias, passeios, ruas, avenidas, praças, limpeza de canais, galerias pluviais, recolhimento de entulhos, cata trecos, tapa buracos e reparos em equipamentos municipais.Os salários de 950 empregados diretos da Codesavi foram pagos na quarta-feira (11), após pressão do sindicato e da greve. A companhia deve ao sindicato R$ 1 milhão, 252 mil e 214, por quatro meses de pagamento do plano de saúde. A entidade pagou as mensalidades para garantir o atendimento dos trabalhadores. foto : Vespasiano Rocha