Greve na Codesavi a partir desta terça-feira (10/11)

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10 de novembro de 2015

Os 1.250 empregados da companhia de desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), vinculada à prefeitura, estarão em greve, por tempo indeterminado, a partir das 6 horas desta terça-feira (10). A reunião do prefeito Luís Cláudio Bili (PP) com o presidente do sindicato dos trabalhadores na construção civil (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira, na tarde desta segunda-feira (9), deu em nada. “Quando ele nos chamou”, explica o sindicalista, “tivemos esperança de solução das pendências salariais e dos benefícios. Qual o quê. Só faltou nos mandarem rezar”.  Serão paralisados os serviços de varrição de praias, passeios, ruas, avenidas, praças, limpeza de canais, galerias pluviais, recolhimento de entulhos, cata trecos, tapa buracos e reparos em próprios municipais etc. Da reunião com o prefeito, no paço municipal, participaram também o secretário municipal de finanças, Sílvio Vassão, e o presidente da Codesavi, Flávio Santos.  Os salários que deveriam ter sido pagos nesta segunda-feira (9) não foram depositados. O plano de saúde e odontológico está suspenso. E os salários dos 300 comissionados, atrasados há quatro meses.  Mas a categoria protestará ainda contra o corte do tíquete-alimentação, vale-transporte, suspensão dos depósitos do fundo de garantia (fgts), de parcelas do empréstimo consignado e liberação do Pis Pasep. A assembleia, do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial (Sintracomos) que aprovou a greve, às 18h30 de quinta-feira (5), foi no clube nissei vicentino.  Na terça-feira, a concentração dos trabalhadores será na base operacional da Codesavi, mais conhecida por ‘fábrica’, na esquina das avenidas Mascarenhas de Morais e Nações Unidas, Vila Margarida.

MTE e MPT

O presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, criticou a direção da empresa de economia mista por não mandar ofício esclarecedor sobre as pendências, para leitura na assembleia.  Na quarta-feira (4), o sindicato denunciou a empresa ao ministério público do trabalho (MPT), por apropriação indébita de descontos feitos em folha de pagamento dos trabalhadores.  A mesma denúncia já havia sido feita pelo Sintracomos, na quinta-feira da semana passada (29), à gerência regional do ministério do trabalho e emprego (MTE), em Santos. Segundo ele, a Codesavi deve ao sindicato R$ 1 milhão, 252 mil e 214, por quatro meses de pagamento do plano de saúde. O Sintracomos pagou as mensalidades para garantir o atendimento dos trabalhadores.  “Apesar das nossas medidas, a empresa não se pronuncia para resolver o problema, demonstrando total desinteresse com a saúde do trabalhador e seus familiares”, reclama Macaé.  “O sindicato organiza a categoria para tomar as medidas cabíveis porque os problemas que vêm acontecendo na empresa têm que ter um ponto final. A tolerância já está no limite”, diz o sindicalista.

Sem atendimento

O sindicalista explicou o MTE e ao MPT que os empregados e seus familiares, algo em torno de 2.500 pessoas, estão agora sem cobertura do plano.  A companhia deve à Santa Casa, operadora do plano, R$ 450 mil. Ao plano odontológico, a Codesavi deixou de repassar R$ 142.166. À empresa Allcred deve R$ 157 mil, por empréstimos consignados.  Em mesa-redonda anterior, na quarta-feira da semana retrasada (21), o sindicato já havia apresentado o problema ao auditor fiscal e gerente do MTE, Gionei Gomes da Silva.  O representante do governo, segundo Macaé, “ficou abismado” ao saber das dívidas da Codesavi com os empregados, com o sindicato e com o governo federal.  Ele recebeu relatório do Sintracomos sobre pendências salariais, do plano de saúde e odontológico, vale-alimentação e transporte, mensalidades e imposto sindical, fundo de garantia, Pis e Pasep.  Naquela mesa-redonda, o superintendente da Codesavi, Luiz Antônio dos Santos, atribuiu a situação à troca do secretário municipal de finanças, o que levou o MTE a marcar a reunião desta quinta-feira.

Problema antigo

“O problema já é antigo”, pondera Macaé, “o que gerou inúmeras providências do sindicato, entre elas uma grande mobilização dos trabalhadores, na semana retrasada”. Ele esperava que, na reunião de 29 de outubro, a empresa apresentasse proposta de pagamento de todas as dívidas apontadas pelo sindicato, inclusive os salários atrasados há quatro meses dos comissionados. Atualização   Joca Diniz – MTb   66. 112/SP  -  Texto  Paulo Passos MTb 12.646 SP. Foto Vespasiano Rocha MTb 66.962/SP.